segunda-feira, julho 29, 2013

Editora da CPB lança novo livro para adolescentes

Neila Diniz de Oliveira nasceu no interior de São Paulo e foi registrada numa cidade chamada Rosana. É formada em Letras, com licenciatura em língua portuguesa e língua inglesa. Trabalha há quase 25 anos na Casa Publicadora Brasileira (CPB). É casada com Levi Gruber de Oliveira e tem dois filhos: Gabriel (14 anos) e Matheus (9 anos). “Sempre gostei de bordar ponto cruz e fazer tricô, mas ultimamente meu hobby tem sido escrever para crianças e adolescentes”, diz ela. Nesta entrevista, concedida ao jornalista Michelson Borges, Neila fala de suas atividades literárias e de seus livros já publicados.

Antes de falarmos sobre seu novo livro, conte-nos como chegou a ser editora na Casa Publicadora Brasileira.

Aos 17 anos de idade, comecei a trabalhar como assistente de revisão na Redação da CPB. Depois de dois anos, fui convidada para trabalhar como secretária da área de livros. Nesse período, acompanhei mais de perto o trabalho de editoração porque atendia às editorias de livros denominacionais, Espírito de Profecia e Didáticos. Foi um tremendo aprendizado. Quatro anos depois de atuar como secretária, fui promovida a editora associada de livros denominacionais, função que ocupo até hoje.

Fale um pouco sobre sua rotina de trabalho na CPB. O que faz um editor?

Antes de começar a trabalhar na Redação, eu não tinha ideia de qual era o trabalho de um editor. Mas, à medida que conheci, me apaixonei. Costumo dizer que essa foi a profissão que Deus escolheu para mim. O trabalho de um editor envolve as revisões de um texto, tendo em vista torná-lo o mais correto possível tanto no aspecto gramatical como conceitual. Em muitos casos, quando necessário, também produzimos texto, como contracapa, notas explicativas, etc.

Quantos livros você já publicou? Do que tratam?

Escrevi sete livros, dos quais cinco já estão impressos. O primeiro foi uma pequena biografia de Davi Livingstone, escrito em parceria com a Abigail Liedke. Costumamos dizer que foi uma obra feita no “susto” porque precisávamos de um material com esse teor para o curso de leitura dos juvenis, mas não havíamos conseguido aproveitar o livro que tinha sido indicado. Nesse caso, foi mais fácil escrever um novo livro do que consertar o outro. Sempre tive muita preocupação de que as crianças desenvolvessem o hábito de leitura dos materiais do Espírito de Profecia, por isso procurei escrever livros baseados nas obras de Ellen G. White. Foi assim que surgiram a Inspiração Juvenil O Resgate, publicada em 2006, e a série “Aventuras do Povo de Israel”, que é composta por três livros: Travessia em Mar Aberto e os Ossos Misteriosos do Egito, A Montanha Sagrada e o Homem que Viu a Deus e A Terra Prometida e as Muralhas Invencíveis de Jericó (em fase de preparo para impressão). O Segredo que as Cavernas Escondiam é o mais recente. O último que escrevi ainda é surpresa, mas posso adiantar que representou até agora o maior desafio e responsabilidade. Por outro lado, foi um dos trabalhos que mais me trouxeram prazer e alegria.

Seu novo livro é a respeito do estilo de vida cristão. Esse tema geralmente é visto com certo preconceito, pois tem que ver com áreas sensíveis da vida. Como você abordou o assunto? E mais: Como conseguiu torná-lo interessante para adolescentes e jovens?

Qualquer assunto pode gerar preconceito, dependendo não apenas de como é abordado, mas também de como é interpretado. A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem vivido um momento importante no que diz respeito ao movimento mundial de reavivamento e reforma. E o estilo de vida cristã está totalmente inserido nesse contexto. Como pais, sentimos a responsabilidade que repousa sobre nós quanto às orientações que nossos filhos precisam receber, desde bem pequenos, para que se tornem adultos felizes e encarem a vida ao lado de Cristo como um privilégio e uma salvaguarda contra os problemas que o mundo oferece. Meu filho mais velho está com 14 anos e sempre tivemos um bom relacionamento porque conversamos bastante sobre qualquer assunto. Num feriado no fim de 2012, fizemos uma viagem com uma família de amigos, e tivemos uma experiência encantadora. Deus havia preparado um presente especial, que resultou no livro O Segredo que as Cavernas Escondiam. O diferencial é que a história foi contada da perspectiva do meu filho, um adolescente como qualquer outro.

A história é baseada em fatos reais vividos por você e sua família. Como e quando surgiu essa ideia?

Quem me conhece bem, sabe que acampar não é o meu lazer preferido. Gosto de estar no meio da natureza e aprecio as maravilhas da criação, mas prefiro um pouco mais de conforto do que aquele que as barracas oferecem. Mas quando uma família de amigos muito próximos nos convidou para irmos a Apiaí, os meninos ficaram tão entusiasmados que foi difícil dizer não. Achávamos que seria um passeio comum, mas tivemos uma surpresa, que estava relacionada à guia que nos acompanhou no passeio às cavernas. Quando voltamos, fiquei pensando naquela experiência e achei que era uma boa oportunidade para abordar o estilo de vida cristão adventista de uma forma prática. Comecei a escrever o livro e o concluí em menos de um mês, porque a história foi fluindo com naturalidade. Considerando que foi uma atividade extra, achei o período de produção bastante curto e atribuo à bondade e ao poder de Deus a realização dessa “façanha”.

Que objetivos você teve em mente ao conceber esse livro?

O objetivo principal é que os adolescentes e jovens percebam que seguir um estilo de vida cristão adventista é uma bênção. Ser diferente da maioria é um privilégio e não algo ruim, porque nossos princípios estão fundamentados nas orientações divinas. E não existe ninguém que seja tão sábio para nos dirigir e que queira tanto o nosso bem como Deus. Outro ponto é que os adolescentes e jovens enxerguem a Igreja Adventista como uma grande família, que se preocupa com eles e que existe para acolhê-los e ajudá-los a viver da melhor maneira possível aqui.

Descreva como é seu processo criativo. Como você escreve seus livros?

Normalmente, eu começo a escrever quando sinto que devo. A Inspiração Juvenil, por exemplo. Eu estava trabalhando com um material e pensei: “Seria tão bom se tivéssemos uma Inspiração Juvenil baseada no Espírito de Profecia...” Imediatamente veio o pensamento, como uma voz muito clara: “Por que você não escreve?” Eu sabia quem estava sugerindo aquele pensamento e, muito cedo em minha vida, fiz um voto de sempre dar ouvidos àquela Voz. Acho que, em meu caso, primeiro preciso sentir o “convite” de Deus, que pode vir por meio de um pensamento ou até mesmo por meio de alguém que percebo que está sendo usado por Ele. Oro muito a respeito e, quando decido começar, procuro ler e pesquisar o máximo a respeito do assunto que quero desenvolver. Quando me sento para digitar, oro novamente e as ideias fluem. Isso não quer dizer que meu texto sai perfeito. Longe disso... Mas me sinto bem fazendo assim. Gosto de chamar meu marido e meus filhos e ler para eles cada capítulo que escrevo. Eles sempre têm boas sugestões para dar. O maior desafio tem sido conciliar as atividades do trabalho, da família e da casa. Mas Deus tem feito meu tempo render.

Alguns de seus livros são histórias fictícias. O que caracteriza uma boa ficção?

A ficção pode ser um bom estilo literário. Jesus usou parábolas, que muitas vezes eram histórias fictícias, para alcançar as pessoas. Mas é preciso ter cuidado porque pode confundir o leitor. Creio que uma boa ficção é aquela que alcança o objetivo que o autor tinha em mente quando optou por esse estilo.

Em sua opinião, qual a maior alegria para um autor?

Creio que é quando sua obra faz diferença, para o bem, na vida de alguém.


Nota: O livro O Segredo que as Cavernas Escondiam (colorido, com fotos no final) já está à disposição pelo 0800-9790606. Adquira já o seu!