quinta-feira, agosto 16, 2012

40 anos de criacionismo

SCB comemora aniversário e celebra conquistas de quatro décadas

No fim do ano de 1971, uma família foi especialmente tocada por Deus para abraçar uma missão. O engenheiro Ruy Carlos de Camargo Vieira (na foto acima, no Centro Cultural da Sociedade Criacionista Brasileira), sua esposa Jandyra Corrêa Vieira, seus filhos, Rui Corrêa Vieira e Pedro Henrique Corrêa Vieira, e a mãe de Ruy, Berta de Camargo Vieira, com o apoio de vários membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia de São Carlos, SP, dentre os quais Francisco Batista de Mello, Nahor Neves de Souza Júnior e Humberto Ricci, dariam os primeiros passos para a criação da entidade que seria conhecida como Sociedade Criacionista Brasileira (SCB). E a história da SCB se confunde e se mistura com a de seu presidente-fundador. Conheça um pouco mais dessa epopeia na entrevista abaixo, concedida pelo Dr. Ruy ao jornalista Michelson Borges:

Fale um pouco sobre sua conversão ao criacionismo e sobre e criação da SCB.

Não tive educação religiosa no lar, e dada a minha educação escolar até o nível universitário ter sido centrada nos parâmetros agnósticos, e mesmo ateístas, vigentes em nosso país, não tive educação religiosa também nos bancos escolares. Dessa forma, só vim a conhecer o cristianismo como experiência pessoal, pela providência de Deus, já no fim de meu curso de Engenharia Mecânica-Eletricista, na Universidade de São Paulo, em 1953. Evidentemente, então, ocorreram em minha mente conflitos entre o conhecimento adquirido até então e a nova perspectiva que se abria diante de mim, de um mundo criado, mantido e dirigido por um Deus que manifesta propósito, desígnio e planejamento em todas as Suas obras.

Dou graças a Deus por ter conseguido superar todas as barreiras que se interpuseram no caminho de minha conversão. Hoje posso associar de forma bastante coerente a imagem de um mundo perfeito criado por Deus, e a degradação decorrente da entrada do pecado neste planeta, com princípios básicos da ciência que aprendi na minha carreira de estudante, e que posteriormente integraram o conteúdo de disciplinas que vim a ministrar como docente universitário, como, por exemplo, a Primeira e a Segunda Lei da Termodinâmica, envolvendo considerações filosóficas sobre o conceito de entropia, ordem e desordem, direcionalidade, decaimento e degradação.

Vislumbro, hoje, em todos os campos do conhecimento humano com os quais tive de me relacionar, a perfeita coerência da visão criacionista com os fatos e as evidências neles encontrados.

Entendo que se tornar criacionista é uma consequência lógica de se tornar cristão. Ser cristão é aceitar a Cristo como Salvador e, portanto, aceitar a revelação exposta na Bíblia, especialmente no que diz respeito ao relato da criação de um mundo perfeito, da provação e da queda subsequentes, com todas as suas consequências deletérias.

Na minha carreira de docente universitário, como também no acompanhamento dos estudos de meus filhos no curso secundário e no preparo para o concurso vestibular, bem como na observação dos acontecimentos sociais, políticos, econômicos, científicos e tecnológicos, pude perceber como as doutrinas evolucionistas foram sendo introduzidas nos livros-textos e assimiladas e divulgadas gradativamente pelos meios de comunicação, passando mesmo a pautar o comportamento social em vários setores da atividade humana.

Com respeito à fundação da SCB, isso decorreu de uma iniciativa tomada na cidade de São Carlos, em fins de 1971, a partir da realização de uma “Semana da Cultura” organizada pelo pastor Leondenis Vendramin, então distrital da Igreja Adventista do Sétimo Dia naquela cidade. Nesse evento, vários palestrantes, na maioria professores do então Instituto Adventista de Ensino (hoje Unasp, campus São Paulo), foram convidados a expor tópicos diversos, de interesse cultural e científico, tendo cabido então ao atual presidente da SCB falar sobre o dilúvio bíblico. A recuperação dessa palestra está sendo inserida na edição da Revista Criacionista número 85, comemorativa do quadragésimo ano da fundação da SCB.

A partir de então, tendo obtido de um dos palestrantes, o professor Orlando R. Ritter (foto abaixo), o endereço da Creation Research Society, sociedade criacionista norte-americana fundada em 1964, entrei em contato com essa Sociedade, inscrevi-me como membro, adquiri as revistas por ela publicadas desde sua fundação e obtive permissão para a tradução e publicação de seus artigos. Com o apoio de vários entusiastas da ideia de se fundar uma Sociedade Criacionista no Brasil, então residentes em São Carlos, foi organizada informalmente a Sociedade, visando inicialmente à publicação de periódico que pudesse divulgar artigos esclarecedores dos pontos mais controvertidos abrangidos no confronto entre as estruturas conceituais criacionista e evolucionista.


Como foi o início das atividades da SCB e como o trabalho se desenvolveu?

O início das atividades da Sociedade ocorreu em abril de 1972, com o lançamento dos 500 exemplares do primeiro número de sua publicação periódica então intitulada Folha Criacionista. A impressão foi feita como serviço externo prestado pelo Serviço de Publicações da Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo, na qual eu então lecionava. Essa publicação, durante muitos anos, foi a viga mestra das atividades da Sociedade, dadas as limitações de tempo e as dificuldades para expandir seu âmbito de atuação para abranger, por exemplo, a edição de livros e de recursos audiovisuais, bem como a realização de palestras atendendo a convites de pessoas e instituições interessadas em se aprofundar mais na controvérsia entre criação e evolução.

Aos poucos, a Sociedade foi granjeando a simpatia e o apoio de numerosas pessoas, que passaram a prestar sua colaboração voluntária para o desenvolvimento das suas atividades, de forma que também aos poucos foi possível abrir novas frentes de atuação, até se chegar à atual configuração de abrangência da Sociedade.

Atualmente, além da continuidade da publicação periódica da Folha Criacionista (que, em sua “evolução”, teve sua denominação alterada para Revista Criacionista e tem tiragem de dois mil exemplares), a Sociedade publica a série de revistas De Olho nas Origens, destinada a crianças de duas faixas etárias distintas, no nível do Ensino Fundamental; a série de revistas Ciências das Origens, destinada a estudantes de nível médio e superior; e séries de vídeos destinadas ao público em geral, com níveis diversos de escolaridade.

A Revista Criacionista, que, no início, como Folha Criacionista trazia apenas traduções de artigos de autores estrangeiros, orgulha-se hoje por contar com expressivo número de artigos de autores nacionais, altamente qualificados, tratando de temas bastante atuais. Encontra-se no site da SCB (www.scb.org.br) o Índice Temático dos artigos publicados nos números desse periódico, que atualmente cobrem de maneira ampla praticamente todas as áreas do conhecimento envolvidas, de uma ou outra forma, na controvérsia entre criação e evolução. A própria formatação desse periódico foi sofrendo aprimoramentos sucessivos no decorrer do tempo.

No início da década de 1990, a sede da SCB mudou-se para Brasília, e a partir de então começou um novo período na vida da Sociedade, no qual sucessivamente foram sendo feitos aprimoramentos na publicação da Folha Criacionista, foi dado início à publicação de vários livros, passou-se a publicar a revista De Olho nas Origens e a produção de vídeos com a mesma denominação, começaram a ser elaborados vários kits e cartazes didáticos, bem como teve início uma série de palestras de divulgação do criacionismo em vários locais do País, hoje totalizando onze seminários intitulados “A Filosofia das Origens”.

Deve ser destacada a colaboração cada vez maior recebida pela Sociedade para a realização de seus Seminários, provinda de órgãos superiores da administração da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil (Divisão Sul-Americana, Uniões Norte, Centro-Oeste, Leste e Sul, Associações do Rio de Janeiro e do Planalto Central) e no exterior (Geoscience Research Institute), e também de entidades outras como o GRI-Brasil e o Núcleo de Estudos das Origens (NEO), do Centro Universitário Adventista.

Fale um pouco mais sobre a sede da SCB em Brasília.


A transferência da sede da SCB para Brasília ocorreu ainda na informalidade, no ano de 1990. Então, a partir de novos incentivadores e apoios, foram sendo ampliadas as atividades da Sociedade e no ano 2000 foi efetivada sua formalização como entidade jurídica sem fins lucrativos, com 59 associados fundadores. Alguns anos depois, foi inaugurada a sua sede administrativa em sala própria no edifício do Deck Norte, em Brasília, e em 2004 foi inaugurado o seu Centro Cultural. Atualmente a Sociedade conta com aproximadamente 500 associados regulares e estudantes.

A ideia de se ter um Centro Cultural que operasse em conexão com o desenvolvimento das demais atividades da Sociedade esteve latente durante mais de dez anos, desde que a SCB transferiu sua sede para Brasília. Essa ideia surgiu inicialmente devido à necessidade de existirem espaços adequados não só para abrigar o volumoso acervo bibliográfico (livros, periódicos, publicações avulsas, cartazes e painéis) que foi sendo constituído ao longo de mais de três décadas de vida da Sociedade, como também para abrigar as coleções de rochas, minerais, gemas, fósseis, objetos e artefatos de interesse arqueológico, etnológico e antropológico, modelos ilustrativos de fundamentos básicos das ciências físicas e naturais, e espécimes de interesse para destacar o planejamento, o desígnio e o propósito na natureza.

Inicialmente, portanto, olhando para o passado, pensava-se na necessidade da existência de uma mistura entre Museu e Biblioteca, porém, aos poucos, foi sendo desenvolvida a ideia de também olhar para o futuro, agregando àqueles espaços uma estrutura que possibilitasse divulgação mais ampla e abrangente tanto dos acervos bibliográfico e museológico, quanto das atividades da Sociedade em seu processo de dinamização do conhecimento criacionista.

Optou-se, assim, pela implantação de um Centro Cultural que abrangesse os setores de Museu e Biblioteca e que incluísse uma infraestrutura de multimídia que possibilitasse a realização de palestras e cursos em um auditório, e também teleconferências e educação à distância.

Nesse Centro, têm sido realizadas palestras e exibidos vídeos de interesse para esclarecer pontos controversos sobre as origens, nas duas perspectivas antagônicas, criacionista e evolucionista. Também nele se realizaram vários cursos de capacitação em criacionismo, destinados a professores, pais e alunos que mostraram desejo de se aprofundar na questão.


Que eventos a SCB tem promovido atualmente?

A SCB tem promovido, desde o ano de 2002, seminários intitulados “A Filosofia das Origens” em várias partes do País, como Rio de Janeiro, Fortaleza, Campina Grande, Belém, Brasília, Cachoeira (Bahia), Curitiba, e no período de 4 a 6 de maio deste ano (2012) promoveu outro Seminário em Cochabamba, na Universidade Adventista da Bolívia, sendo esse o primeiro evento internacional da SCB. Está prevista para o próximo ano a realização de outros seminários em Porto Alegre, Belo Horizonte, Goiânia e também na Universidade Adventista do Peru.

[Nas fotos abaixo, os palestrantes do seminário de 2004, realizado no Rio de Janeiro.]


Esses Seminários têm tido como palestrantes membros associados e outros convidados pela SCB, altamente qualificados academicamente, e têm atingido um público diferenciado, que demonstra muito interesse para conhecer os fundamentos do criacionismo bíblico.

[Nas fotos abaixo, palestrantes e público do seminário de 2002.]


Desde a inauguração do Centro Cultural, têm sido realizadas palestras no seu auditório e exibidos vídeos de interesse para esclarecer pontos controversos sobre as origens, nas duas perspectivas antagônicas, criacionista e evolucionista. Também nele se realizaram vários cursos de capacitação em criacionismo, destinados a professores, pais e alunos que mostraram desejo de se aprofundar na questão.

A partir de mês de abril de 2012, está sendo atendida uma demanda específica vinda da Igreja da Asa Norte, em Brasília. Após uma visita pessoal ao Centro Cultural, o pastor Laércio Cardoso manifestou interesse em preparar oficiais e membros de sua congregação para enfrentar o desafio de evangelizar uma classe cujo perfil, especialmente na sociedade secular brasiliense, exige do evangelizador conhecimentos mais aprofundados sobre a questão das origens de todas as coisas e da controvérsia existente entre as teses da criação e da evolução. Iniciou-se, assim, mais um curso de capacitação com a inscrição de 31 oficiais e membros da Igreja. Foi adotado como livro-texto para o curso a publicação Em Busca das Origens – Evolução ou Criação?, tradução em português feita pela SCB do original impresso na Espanha pela Editorial Safeliz (casa publicadora adventista).

Cada inscrito, como nos cursos de capacitação anteriores, recebeu também previamente um roteiro de estudos preparado pela SCB, ressaltando e dando informações adicionais sobre aspectos de maior importância abordados nos trinta capítulos do livro. O curso exigirá quinze semanas, com a presença dos inscritos em todas as reuniões, com duração total de 30 horas (duas horas por semana). Em cada reunião, cada inscrito, tendo previamente seguido o roteiro de estudos para dois capítulos do livro, terá a oportunidade de esclarecer suas dúvidas, compulsar a bibliografia pertinente, discutir aspectos outros relacionados com o conteúdo dos capítulos, assistir a filmes ilustrativos sobre os temas abordados, trocar ideias e experiências entre si e gradativamente ir se preparando para o evangelismo pessoal com amigos em seu trabalho, colegas de estudos na universidade, familiares e demais possíveis interessados. Foi ressaltado, na primeira reunião, que esse aprofundamento de estudos criacionistas está intimamente conectado com a pregação da primeira mensagem angélica de Apocalipse 14: “Adorai Aquele que fez...” Foi deixado claro que a aceitação do Criador revelado na Bíblia é a pedra fundamental para a aceitação do relato dos primeiros capítulos de Gênesis, incluindo a instituição do sábado, a queda e o plano da redenção, que inclui o sacrifício de Cristo e Sua volta para a restauração de todas as coisas.


Promover o criacionismo ainda é importante? Por quê?

Sem dúvida nenhuma, a promoção do criacionismo é importantíssima, se desejarmos atingir especialmente as classes de maior nível acadêmico com a proclamação do Evangelho Eterno, conforme ressaltado na resposta anterior.

Quais os planos e desafios da SCB?

Principais planos:

1. Continuar a realização dos seminários “A Filosofia das Origens” e expandir sua cobertura para atingir todas as capitais e maiores cidades do País. Gradualmente, atingir também as capitais dos países da América Latina em que ainda não existam Sociedades Criacionistas.

2. Relativamente à produção de vídeos: completar a dublagem dos sete vídeos da série “Maravilhas da Criação”, que ainda faltam para inteirar 12 vídeos cuja autorização de direitos nos foi concedida. Reeditar os quatro vídeos da série “De Olho nas Origens”, aprimorando sua qualidade. Efetuar as dublagens de dois vídeos específicos, respectivamente, sobre “O Registro Fóssil” e sobre “Experimentos em Estratificação”. Completar os quatro vídeos da série “Do Ararate ao Araripe”, com a reedição da dublagem do vídeo “A Arca de Noé”, e o lançamento dos dois vídeos inéditos “O Geopark do Araripe” e “Geologia Diluvialista”, que, juntamente com o vídeo já produzido sobre a “Excursão ao Araripe” e o livro O Adventismo na Terra do Padre Cícero, comporão um kit para a colportagem.

3. Publicações: publicar nova edição do livro Estudos Sobre o Criacionismo, de Frank Lewis Marsh, em reconhecimento ao papel importante por ele desempenhado nos primórdios da SCB, e atualizando-o com notas de rodapé específicas. Publicar a “Apostila do Prof. Ritter” (Estudos de Ciência e Religião) em nova formatação, em reconhecimento ao seu valor histórico. Completar a publicação de mais quatro livros sobre a relação entre os caracteres chineses antigos e as revelações bíblicas (o primeiro já foi publicado em 2011 e o segundo já está em fase final de preparo para edição). Completar a série de livros sobre a “Origem Comum das Línguas e das Religiões”, com a publicação do terceiro livro, de autoria de Guilherme Stein Jr., monumental trabalho que se aprofunda na língua suméria. Reimpressão das Folhas Criacionistas de número 1 a 23, que estão esgotadas já há algum tempo, e reformatação de todos os números da Folha e da Revista que ainda não obedecem ao padrão atual.

Principais Desafios:

1. Olhando para o futuro, a Diretoria da Sociedade vislumbra a abertura cada vez maior que se apresenta para o desenvolvimento de suas atividades, não só pelo crescente entusiasmo de seus associados fundadores, como dos colaboradores que se têm manifestado mediante várias formas. E, ainda mais, pelo interesse demonstrado pelas suas publicações e atividades por um público diversificado e bastante qualificado, ao longo de todo o Brasil e até no exterior. Nesse sentido, tem sido observada a afluência de um número cada vez maior de inscrições de pessoas com boa formação acadêmica nos seminários “A Filosofia das Origens”, o que passa a exigir maiores esforços e dedicação da equipe de palestrantes e colaboradores para o atendimento às expectativas criadas. Realmente, os palestrantes e demais colaboradores que participam das atividades de publicações de livros, periódicos e vídeos não têm medido esforços para o sucesso de todas essas atividades, e um dos desafios da Sociedade é retribuir adequadamente essa colaboração de alguma forma mais efetiva.

2. Outro desafio é manter a continuidade de uma secretaria eficiente e expandir o atendimento a consultas de interessados de uma forma mais apropriada, organizando um banco de perguntas e respostas e também de cadastro de dados pessoais para o envio de um Boletim Informativo periódico para os interessados. E também dinamizar os sites da SCB, estabelecendo maior contato com os associados e interessados, bem como flexibilizando as aquisições de material pela Loja Virtual, possibilitando o uso de cartões de crédito em acoplamento com o sistema de emissão de Nota Fiscal Eletrônica.

A história do jovem Tarcísio Vieira é impressionante. Poderia mencionar outras?

Na realidade, pela correspondência que temos recebido, são muitas as pessoas que se têm manifestado a respeito de terem tido os olhos abertos para a importância de seu posicionamento pessoal quanto à controvérsia evolução versus criação, passando a entender que temos mesmo de lutar espiritualmente e diretamente contra as “hostes espirituais da maldade”, que tentam enredar os incautos nas malhas do agnosticismo e do ateísmo.

Há casos de pessoas que nos haviam escrito em situação de desespero pela confusão mental – ocasionada pela doutrina evolucionista tanto no ambiente escolar quanto na vida social, tão influenciada pelos modernos meios de comunicação – e que conseguiram se livrar dos paradigmas e estruturas conceituais evolucionistas, passando a entender de maneira mais profunda o conflito no qual estamos imersos.

Há casos, também, de verdadeiras “reconversões” ou reavivamento de pessoas cristãs que passaram a entender a conexão entre a pregação criacionista moderna e as últimas mensagens de Deus a um mundo que perece, conforme explicitado especialmente em Apocalipse 14:6-8.

Nestes quarenta anos de atividades de divulgação do criacionismo, têm sido gratificantes as experiências de pessoas que, graças à literatura que temos publicado, verdadeiramente se converteram e se tornaram grandes instrumentos nas mãos de Deus na pregação da mensagem adventista para o tempo presente. E, por tempo presente, entendemos esta época em que se proclama a mensagem de temor a Deus, dar-Lhe glória e adorá-Lo como Criador.

Podemos citar como um exemplo emblemático a conversão do irmão Ângelo Henrique Homem de Carvalho da Fonseca, que num dos primeiros seminários “A Filosofia das Origens”, realizado no Rio de Janeiro, ao ser perguntado à plateia se havia ali alguém que fosse ateu, havia se identificado, com mais outras duas pessoas, levantando a mão. Na ocasião, ele foi presenteado com um exemplar do livro Evolução – Um Livro-Texto Crítico. Alguns anos mais tarde, em outro seminário no Rio de Janeiro, uma pessoa nos procurou e disse: “Vocês se lembram daquele evento em que foi perguntado se havia algum ateu presente? Pois é, eu fui um dos que recebeu a literatura de vocês, e após a leitura daquela publicação comecei a me interessar pelo assunto, e depois de alguns anos fui batizado. Atualmente, sou diácono e professor da Escola Sabatina na Igreja Adventista do Botafogo.”

Tem havido maior interesse da igreja pelo criacionismo?

Cremos que sim. Por parte da administração superior da Igreja, notamos maior interesse mediante a participação e apoio dados em nível de Divisão para a realização de seminários “A Filosofia das Origens”, para a publicação da tradução da publicação do Geoscience Research Institute (GRI), “Ciência das Origens”, em português, e para a divulgação de nossos vídeos da série “De Olho nas Origens”, pela TV Novo Tempo. Em nível de União, o apoio dado para a realização dos seminários “A Filosofia das Origens”, em várias capitais, e em nível de Associações, o apoio local dado pela Associação Planalto Central para a realização do seminário “A Filosofia das Origens” em Brasília.

Por parte das igrejas, tem sido manifestado interesse para a realização de palestras e exibição de filmes, especialmente para clubes de Desbravadores e Aventureiros, e turmas de alunos de escolas da rede educacional adventista.

Por parte do Unasp, campus São Paulo, mediante a colaboração efetiva recebida do Núcleo de Estudos das Origens (NEO), e do Unasp, campus Engenheiro Coelho, a participação constante da coordenação brasileira do GRI.

Além do mais, numerosas igrejas locais têm trazido oficiais e membros para visitar o Centro Cultural e tomar conhecimento da produção de livros, periódicos e vídeos da SCB sobre temas relacionados com a controvérsia entre criação e evolução, que possam ser de seu interesse específico.

Fale mais sobre o papel do professor Ritter na consolidação do criacionismo no Brasil.

No trigésimo ano de vida da Sociedade Criacionista Brasileira, e da publicação de sua revista periódica – a Folha Criacionista –, foi publicado um artigo de autoria do professor Orlando Ruben Ritter, denodado defensor do criacionismo, por cujas mãos passaram centenas (e talvez milhares) de alunos, que em suas aulas sobre “Ciência e Religião” tiveram a oportunidade ímpar de ouvir sobre a consistência científica do criacionismo fundamentado na revelação bíblica.

Como já dito anteriormente, na “Semana da Cultura”, realizada em 1970 na Igreja Adventista do Sétimo Dia em São Carlos, providencialmente o professor Ritter esteve participando, pronunciando uma interessante palestra sobre “Datação com o Carbono Radioativo”. No fim dessa palestra, ele indicou também bibliografia crítica sobre o assunto, fazendo menção à Creation Research Society, entidade criacionista norte-americana, fundada então havia cerca de dez anos, e que vinha publicando seu Quarterly, revista trimensal com artigos muito bem fundamentados esclarecendo de forma primorosa numerosas pontos envolvidos na controvérsia entre as duas “visões do mundo”, a evolucionista e a criacionista.

O impacto desse seu contato em São Carlos com os hoje editores da Revista Criacionista inspirou-os a publicar em português pelo menos traduções dos artigos da revista da Creation Research Society, para divulgar em nosso país as teses criacionistas, com o firme fundamento bíblico, e, portanto, sob a “visão de mundo” criacionista, mas tratadas com as atuais ferramentas que a verdadeira ciência moderna põe à disposição dos pesquisadores.

Dessa forma, com o influxo inicial proporcionado pelo professor Ritter, e com o subsequente apoio da Creation Research Society, que autorizou a tradução dos artigos publicados em seu periódico, foi possível ser estabelecida informalmente a Sociedade Criacionista Brasileira com o lançamento do primeiro número da Folha Criacionista.

O senhor poderia destacar/pontuar os principais eventos, publicações, fatos que marcaram os últimos 40 anos do criacionismo no Brasil.

Em 1972, foi fundada a Sociedade Criacionista Brasileira em São Carlos, tendo inicio a publicação do seu periódico, a Folha Criacionista.

De 1986 a 1990, foi implantado e funcionou na OSEC o Núcleo de Pesquisas Bíblicas Guilherme Stein Jr. e foram então publicados com o patrocínio da OSEC os números 34 a 48 da Folha Criacionista.

A partir de 1990, a Folha Criacionista (a partir de 2002 designada Revista Criacionista), continuou a ser publicada diretamente pela própria Sociedade em Brasília, desde o número 49 até o número 72 em versão impressa, e dos números 73 a 85 em versão eletrônica (CD-ROM).

Em julho de 1998, foi lançado o site da Sociedade (www.scb.org.br) na internet, criado e mantido também pelo nosso associado Marcus Vinícius de Paula Moreira que, de longa data, vinha já contribuindo para o aprimoramento e expansão de nossas atividades. Hoje, esse site se desdobra em vários outros, referentes aos seminários “A Filosofia das Origens” (www.filosofiadasorigens.org.br), às matérias constantes da Revista Criacionista (www.revistacriacionista.com.br), aos filmes e DVDs produzidos pela SCB (www.tvorigens.com.br) e de um site específico para as crianças (www.deolhonasorigens.com.br), e são constantemente atualizados divulgando assuntos de grande interesse para quem deseja conhecer mais sobre a controvérsia entre criação e evolução.

Em 12 de agosto de 2000, foi formalizada a existência da Sociedade como entidade jurídica sem fins lucrativos, com seus Estatutos registrados em cartório, iniciando-se também o funcionamento da Loja Virtual no site www.scb.org.br. Nesse mesmo site, encontra-se cópia resumida dos Estatutos da SCB.

Dentre as inúmeras publicações que foram editadas pela SCB, podemos citar especificamente as seguintes que marcaram época:

Evolução – Um Livro-Texto Crítico (traduzido do alemão), em janeiro de 2002.

Em Busca das Origens – Evolução ou Criação? (traduzido do espanhol), em março de 2002.

Criação – Criacionismo Bíblico (traduzido do alemão), em 2007.

Publicações efetuadas pela SCB nestes últimos anos, divididas pelos quatro temas principais, editadas a partir de 1995 até 2012:

Coleção Criacionismo e Origens

Evolução – Um Livro Texto Crítico

Criação – Criacionismo Bíblico

Em Busca das Origens – Evolução ou Criação?

Em Seis Dias

Como Ensinar a seus Filhos a Harmonia entre o Criacionismo e a Ciência

A Origem da Vida por Evolução – Um Obstáculo para o Desenvolvimento da Ciência

O Engano do Evolucionismo

Coleção de Separatas sobre o Primeiro e o Segundo Princípios da Termodinâmica

História do Criacionismo Moderno

Estudos Sobre Criacionismo

Estudo em Ciência e Religião

Coleção Planeta Terra

A Geometria do Sistema Sol-Terra-Lua

A Esfericidade da Terra

Inventando a Terra Plana

Uma Breve História da Terra

Origem e Destino do Campo Magnético Terrestre

O Mundo de Nossas Pequenas Amigas – As Formigas

As Abelhas – Construtoras de Favos Perfeitos

As Maravilhas da Criação de Deus

Coleção Advento

O Sábado ou o Repouso do Sétimo Dia

Sucessos Preditos da História Universal

Prenúncios do Segundo Advento de Cristo à Luz da Ciência Moderna

Os Primeiros Observadores do Sábado no Brasil

Vida e Obra de Guilherme Stein Júnior

Centenário da Educação Adventista no Brasil

Primórdios do Criacionismo na Educação Adventista no Brasil

A Mudança dos Tempos e da Lei

Sir Isaac Newton – Adventista?

Estudos Cronológicos Relacionados com Daniel 8:14 e 9:24-27

Coleção Idiomas

Depois do Dilúvio

Um Tronco Comum para os Idiomas?

A Torre de Babel e Seus Mistérios

A Origem Comum das Línguas e das Religiões – O Tupi Tomo I

A Origem Comum das Línguas e das Religiões – O Tupi Tomo II

Dicionário de Raízes Primitivas

Estudo Comparativo do Japonês com as Línguas Ameríndias

A Descoberta do Gênesis na Língua Chinesa

O Relato da Criação nas Edições Católicas da Bíblia